No ano quente de 1975, Mário Dias deambulava por Lisboa acompanhado de um grupo de galegos e minhotos, seus vizinhos no eixo Graça-Anjos, amigos com ligações aos bares e aos donos dos bares do Cais de Sodré, zona de má fama na capital, produto natural da geografia de uma cidade com porto, onde atracavam barcos cheios de marinheiros sedentos de companhia. O grupo gostava de ir beber um copo ao Europa, na Rua Nova do Carvalho, e ali ficava, rodeado de marinheiros e meninas embalados por música romântica — uns slowsdançáveis, algum pimba. Mário Dias, melómano e apaixonado pela rádio, conhecedor da cena rock internacional que mal ia chegando a Portugal, cedo encontrou o caminho para a cabine do DJ, aproveitando as folgas deste para dar descanso a Roberto Carlos e testar outros sons na pista de dança. “A malta começava logo a mandar vir. O rock e a música de qualidade eram incompatíveis com os fins a que se destinava aquele bar”, diz. A poucas portas de distância, um bar semelhante — o Jamaica — ficava sem DJ. O filho de um dos donos lembrou-se de convidar Mário Dias para o lugar. Mário avançou com moderação, introduzindo, aos poucos, outros discos nos pratos do Jamaica, arriscando por vezes Rolling Stones, outras vezes Bob Dylan e Joan Baez. Os clientes-tipo do bar nunca lá tinham ido pela música, mas começavam a estranhar a banda sonora — pediam outros temas, sentiam-se enganados. No Cais do Sodré das casas de meninas não havia, como diz Mário, “excepções à regra”. Mas Mário estava ali para mudar as regras.
Em 1978, no outono do punk rock em Nova Iorque, um ano depois da abertura do Studio 54, Leonor Pinhão estreava-se no CBGB e dava de caras com Patti Smith. Nova Iorque e Lisboa — antípodas na cena cultural. De um lado, Because the Night. Do outro, as adegas, o fado ou as discotecas dos “betos”. Leonor percorreu as lojas de música de Nova Iorque e foi coleccionando LP — Bruce Springsteen, Blondie, Talking Heads… —, lamentando que não houvesse um bar em Lisboa onde estes pudessem ser tocados.
Na sua tentativa de fugir ao provincianismo de uma Lisboa ainda pouco modernizada, quatro anos depois do fim da ditadura, Leonor não estava sozinha. Leonor e os amigos João Botelho, Luís Lucas, Teresa Madruga, António Caeiro — todos a dar os primeiros passos no cinema, no teatro e no jornalismo — queriam “ser a excepção à regra” da sua geração, andavam em busca de um local só deles. “Depois do CBGB, não podíamos voltar para as adegas”, diz Leonor Pinhão. Acabaram por ir parar ao Cais do Sodré. “O Mário Dias — a quem chamávamos Mário Noites — tinha um gosto musical muito parecido com o nosso. Eu passei-lhe alguns dos LP que tinha comprado em Nova Iorque e ele passava aquilo”, continua. Ao falar sobre esse encontro, o DJ anima-se de imediato: “Foi excelente. Foi óptimo. Finalmente alguém que me compreendia.”
Trinta e oito anos depois desse encontro, que marcou o início da transformação do Cais do Sodré, três das discotecas mais famosas de Lisboa — Jamaica, Tokyo e Europa — podem estar prestes a fechar portas. Os sócios dos estabelecimentos receberam ordem de despejo para que o prédio onde os bares se encontram possa ser remodelado e transformado num hotel. Ainda que a notícia tenha apanhado alguns de surpresa, para outros parece apenas a confirmação do rumo que a noite no Cais tem vindo a tomar nos últimos anos — “desesperada”, “plastificada”, um “centro comercial ao ar livre”, um parque de diversões para os turistas que se descaracterizou e apresenta hoje um ambiente muito diferente daquele que se viveu no final dos anos 1970 e início dos anos 80, quando Portugal se democratizou, se desenvolveu e começou a sair para dançar. Fomos em busca das memórias do tempo em que a noite se jamaicizou.
Uma noite sem classes
O bar teve o seu período áureo depois, nos anos 80 e 90, mas, para a jornalista, a época verdadeiramente marcante aconteceu entre 1978 e 1979, quando o Jamaica já não era só uma casa de alterne, mas não era ainda a discoteca da moda. Nessa altura, era uma espécie de sala de estar onde uma mão-cheia de amigos se reunia para ouvir boa música pela mão de Mário Dias e para relaxar no fim de um dia de trabalho. No Outono desse ano, Leonor Pinhão participava com Teresa Madruga na produção da peça de teatro Ninguém, uma versão de Frei Luís de Sousa encenada por Ricardo Pais. Todas as noites, no final dos ensaios, João Botelho e António Caeiro esperavam as jovens e seguiam para o Cais. A eles juntava-se também o actor Luís Lucas. O jornalista António Caeiro vivia por ali e tinha encontrado no Jamaica o bar de que o grupo andava à procura. Se a música e o conhecimento musical do DJ Mário Dias lhes agradava, o ambiente de casa de meninas também lhes interessava. “Nós achávamos que aprendíamos tudo sobre a vida no cinema e na literatura. Andávamos à procura da Shirley MacLaine naquele filme do Minnelli, Deus Sabe Quanto Amei. Há uma dignidade trágica nos lugares onde se vende sexo que nos tocava”, diz a jornalista, fornecendo uma interpretação à distância, mas garantindo que a relação com as raparigas não era oportunista.
“Nunca fomos lá tipo zoo, numa experiência sociológica. Não fomos lá com intuitos de vampirizar a noite em proveito de obras artísticas. Aquela era a minha gente”, diz. A jornalista e os amigos tornaram-se próximos de algumas destas mulheres, desenvolvendo relações de amizade que duram até hoje. “Deram-me lições de moral e de vida que nunca esqueci”, diz. A realidade da vida dessas mulheres acabava por se impor com mais força do que qualquer ficção. Até hoje, Leonor Pinhão guarda a frase que ouviu uma delas, Odete, dirigir a um marinheiro. “You are here for a drink and a conversation. I’m here for my life” — Leonor lembra e traduz, adaptando a frase ao seu grupo de amigos e transformando-a em lição: “Nós estávamos ali para os copos e para uma conversa. Ela estava ali pela vida dela.” Mário Dias diz que a chegada do “grupo fundador” foi um “fenómeno tão natural” que não houve choque entre os que estavam e os que chegaram, mas sim um “entrosamento”. Ainda assim, por vezes, os marinheiros confundiam-se. “Um ou outro não sabia quem estava ali com a função x ou z e lá se esticavam um pouco”, diz.
O Jamaica abriu ao grupo as portas de um mundo que não era o deles. E esse mundo também os via com estranheza. Na Rua Nova do Carvalho, a nova clientela do Jamaica levantava suspeitas. “Os outros bares olhavam para a nova população do Jamaica e achavam que aquilo era um antro de gente esquisita”, diz Mário Dias. O jornalista António Caeiro, antigo correspondente da agência Lusa em Pequim, resume desta forma a experiência: “Aquilo era poético porque era completamente desconcertante. Era uma dimensão que nós não conhecíamos e que acrescentava outra dimensão à nossa vida. Tínhamos contacto com pessoas de meios — sociais, intelectuais — completamente diferentes do nosso.” Um local onde as classes sociais ficavam à porta, ao contrário das discotecas da classe alta da mesma altura, como o 2001, o Stones e o Ad Lib.
Nós achávamos que aprendíamos tudo sobre a vida no cinema e na literatura. Andávamos à procura da Shirley MacLaine naquele filme do Minnelli, Deus Sabe Quanto Amei. Há uma dignidade trágica nos lugares onde se vende sexo que nos tocava.
O convívio noite após noite aproximou o grupo dos donos do bar, em especial do sócio-gerente, o senhor Fernando, a quem chamavam “o Boss”. E na hora de fecho do Jamaica, depois de The Last Waltz dos The Band, música que ainda hoje encerra as noites de dança, o senhor Fernando fazia questão de conduzir a jovem Leonor Pinhão a casa, no bairro de Alvalade. “Fazia-lhe impressão que uma rapariga fosse para casa sozinha àquela hora. Ele devia perceber que eu era de outro mundo”, diz a jornalista. A mãe de Leonor também não compreendia o que se passava. “Ela perguntava-me: ‘Quem é este senhor que te traz a casa?’ E eu dizia: ‘É o dono do Jamaica.’ Ela passava-se. Não gostava nada que eu fosse para aqueles sítios. Uma vez, um tio meu disse-lhe: ‘Vi a tua filha sair de um bar no Cais do Sodré.’ Isso era a pior coisa que se podia dizer a uma família da classe média”, lembra Leonor, provocadora e divertida.
Foi uma questão de tempo até que a nova fama do Jamaica, transformado pelo seu “grupo fundador”, chegasse a Lisboa inteira.
“Jamaicização da esquerda”
Para Leonor Pinhão, o Jamaica acabou precisamente no momento em que começava a ser descoberto pelo resto da cidade. Eduardo Prado Coelho visitou o bar e cunhou a expressão “a jamaicização da esquerda”. Na noite seguinte, lembra a jornalista, o Cais do Sodré estava à pinha. “As pessoas passaram a ter de ir ao Jamaica. Ele [E.P.C.] estragou aquilo tudo. Tivemos um ano maravilhoso e, um ano depois, chegaram os mirones”, diz. A clientela mudou, passou-se a ir ao Jamaica para beber um copo e dançar. E isso arruinou o negócio das prostitutas, que acabaram por sair, indo trabalhar para outros bares.
Entretanto, os bares à volta do Jamaica começaram a copiar-lhe o estilo e a adoptar o mesmo tipo de música. Quando o Jamaica estava demasiado cheio, era possível ir ao Tokyo e ao Shangrilá para experiências semelhantes. Se até então parecia mal ir ao Jamaica, ao Cais do Sodré, a partir daí o Cais passou a ser o ponto de encontro da intelectualidade de esquerda lisboeta. No final dos anos 1970 e início dos anos 80, as divisões políticas também se faziam sentir na noite e cada esquerda ia ao seu bar. “O Jamaica era frequentado por gente próxima do MES, da UDP, do PC. O Tokyo era uma grande mistura. O Shangrilá era assumidamente MRPP”, diz Mário Dias, que por essa altura já não tinha problemas em passar Zeca Afonso, José Mário Branco, Sérgio Godinho, Fausto. Os donos do bar, de direita, começaram por não aceitar “muito bem” a música de intervenção, explica o primeiro DJ do Jamaica. Mas foi só uma questão de tempo — “até começarem a facturar”, diz. E, da mesma forma, as noites de 24 para 25 de Abril tornaram-se famosas no Jamaica. “Aquilo era especial porque havia um DJ meio maluco que usava o microfone e mandava umas bocas”, diz Mário Dias.
O DJ do Jamaica passou a ter um estatuto mítico na noite de Lisboa. Não só por passar música portuguesa numa pista de dança, não só pelo seu conhecimento musical enciclopédico. Mas principalmente pelo show que fazia atrás do microfone, onde, apesar de ser gago, nunca gagueja. As noites do Jamaica eram autênticos programas de rádio onde o anfitrião contava pequenos episódios da história da música e desconstruía o significado e o contexto das canções. A fama que conquistou no Jamaica acabaria por lhe abrir as portas para o seu sonho maior — fazer rádio. É radialista na TSF há 26 anos. Como “toca-discos” do Jamaica, tinha abertura para responder aos pedidos que lhe faziam. Desde que estes se encaixassem na sua sequência “mais ou menos lógica”. “Eu tentava fazer links entre as letras, os artistas e um acontecimento político a que as músicas se adequassem”, lembra.
O Jamaica era frequentado por gente próxima do MES, da UDP, do PC. O Tokyo era uma grande mistura. O Shangrilá era assumidamente MRPP.
O actor Luís Lucas, membro do auto-intitulado “grupo fundador” do Jamaica culpa “David Bowie e o Mário Dias” pelo seu comportamento na pista de dança do Jamaica. “Eu dava saltos, fechava os olhos, passava-me completamente. Saía completamente molhado do ringue e andava sempre constipado depois”, lembra. Mesmo quando as multidões de “artistas, não artistas, os que queriam ser artistas” faziam fila à entrada do Jamaica, o “grupo fundador” manteve os seus privilégios, nunca esperando para entrar, nem tendo de pagar a entrada ao “senhor Mota”, o porteiro do bar. “É o único sítio do mundo onde tenho estatuto de pessoa importante”, diz Leonor Pinhão, imitando com as mãos o movimento com que os seguranças a recebem à entrada quando desviam a corda para lhe ceder a passagem imediata. “Os meus amigos pedem-me: ‘Anda lá meter-nos no Jamaica que está uma fila enorme.’ Até os meus filhos já meti lá dentro”, diz, a rir-se.
Com o tempo, o Jamaica foi-se transformando. O bar, que não fora criado para ser uma discoteca, tinha uma pista de dança mínima, que agora ocupa a maior parte do espaço. Mário Dias deixou o Jamaica em 1987, mas a tradição musical que inaugurou mantém-se até hoje, mesmo que o público seja composto por pessoas de várias idades. A renovação geracional do Jamaica não destruiu o estilo do local. Até porque o DJ actual é Bruno Dias, filho de Mário. Pai e filho já ali passaram música juntos. “É fixe pôr música com ele — falamos a mesma linguagem. Mesmo assim, acho que ele é mais fechado do que eu. Eu tento dar-lhe coisas mais novas e ele não quer”, diz Mário Dias.
Uma nova morada?
Segundo Fernando Pereira, sócio-gerente do Jamaica e sócio do Tokyo (os espaços são explorados por diferentes sociedades), a denúncia dos contratos de arrendamento tem efeito a partir do próximo dia 14 de Abril. Diogo Tavares de Carvalho, co-proprietário do edifício e representante dos proprietários, diz ao PÚBLICO que o regime legal prevê que o pré-aviso de denúncia de contrato tenha de ser feito com um mínimo de seis meses, o que na prática não obriga a que o contrato seja denunciado mesmo no dia 14 de Abril.
O projecto de remodelação do prédio prevê que um dos bares se possa ali manter. Diogo Tavares de Carvalho afirma que os senhorios não especificaram qual dos bares continuaria ali. Fernando Pereira diz que o grupo francês que quer transformar o prédio em hotel prevê que seja o Jamaica, por ser uma marca “tão forte”. Mas, para que isso aconteça, os senhorios impõem algumas condições, segundo se lê numa carta enviada pelos sócios dos bares ao PÚBLICO: que “o Jamaica desista de um processo que tem contra eles (pedido de indemnização de 200 mil euros por causa do encerramento quando se deu a derrocada)” e entreguem a loja em bruto, “tendo o Jamaica que fazer todas as adaptações necessárias para voltar a funcionar”. Pedem ainda “que o Tokyo saia sem fazer barulho e desista também de um processo com um pedido de indemnização de quase 60 mil euros, também por causa do encerramento forçado devido à derrocada no edifício”.
Fernando Pereira diz ao PÚBLICO que não irá aceitar as condições exigidas para manter o Jamaica, pelo menos não “nos termos que os senhorios colocam”. Actualmente, os três estabelecimentos estão a pagar rendas entre os 200 e os 400 euros. Diogo Tavares de Carvalho diz que os proprietários estão “receptivos” a que a renda do bar que eventualmente ali se mantivesse venha a ser “estipulada progressivamente”, em vez de disparar “de 200 para 2000 euros, por exemplo”, mas considera não fazer sentido deixar de fora de um acordo a questão dos pedidos de indemnização pedidos pelo Tokyo e Jamaica. “Não faz sentido acordar com alguém com quem tenho um contencioso e não pôr fim ao contencioso”, diz ao PÚBLICO.
Para o dia 18 de Março, está marcada uma reunião entre “todas as partes” e a Câmara de Lisboa, com o objectivo, segundo Fernando Pereira, de pedir à autarquia que não considere as obras de remodelação do edifício como uma “obra de remodelação profunda”, o que permitiria que os espaços mantivessem as portas abertas enquanto o prédio é recuperado. O advogado e representante dos proprietários não acredita que essa solução seja possível, uma vez que “a profundidade das obras é uma realidade” e também por considerar que a câmara “não deve interferir em relações que são eminentemente entre particulares”, diz.
Nas redes sociais e entre os amigos e clientes dos bares, multiplicam-se os esforços para que o encerramento seja suspenso. À hora de fecho desta edição, a petição criada em defesa das discotecas contava com 4410 assinaturas. Um abaixo-assinado em papel está também a ser disponibilizado em vários espaços — nos bares em questão e noutros locais. No dia 18 de Março haverá manifestação na Rua Nova do Carvalho. Leonor Pinhão diz que, nostalgia à parte, não tem pena que os bares fechem. “Estou solidária com os donos, claro, mas tudo tem o seu tempo. Há tanta coisa extraordinária que já acabou e há tanta coisa extraordinária que ainda não começou”, diz. Mário Dias, por sua vez, diz que fará tudo o que puder para evitar o encerramento dos estabelecimentos e não se conforma. “Acho que encerrar o Jamaica, o Tokyo e o Europa é um crime de lesa-cultura urbana em Lisboa. Incomoda-me que a nível autárquico não se faça nada para impedir que isto aconteça. À luz de quê é que isto está a ser destruído?” E o que é que está a ser destruído, exactamente? “A nível pessoal, perco toda uma enciclopédia de afectos — os amigos, as recordações que se têm dos sítios. E também me preocupa o futuro do Bruno, claro.”
O Jamaica é do Cais do Sodré.
E há também o lado histórico, que na verdade se cruza com a vida de Mário Dias. O antigo DJ do Jamaica não é modesto quando fala do papel que desempenhou na noite de Lisboa. “Se eu não tivesse começado a escrever no Jamaica uma nova página da história do Cais do Sodré, o Cais não existiria como existe hoje. Fui eu, o Vítor Fernandes no Tokyo, foi o Shangrilá. Se este eixo não tivesse existido naquela altura, eventualmente não teria existido sequer o Bairro Alto. O Bairro, a 24, toda aquela noite encostada ao rio — tudo isto nasce porque existiram sítios como o Jamaica, o Tokyo, o Shangrilá e mais tarde o Europa”, diz.
Sobre a hipótese de levar os bares para outros locais, Fernando Pereira diz ao PÚBLICO que o Tokyo e o Europa “podem funcionar no Cais do Sodré”, uma vez que “têm públicos completamente diferentes”, mas defende que não está a ser equacionada uma hipótese semelhante para o Jamaica. “Por um lado, o Cais perdia a alma e o Jamaica também. O Jamaica é do Cais do Sodré”, diz.
Mário Dias quer mesmo salvar os três bares e acha que, “em última hipótese”, e repete, “só em última hipótese”, aqueles bares possam ganhar nova morada. “Que a câmara faça o que fez em relação ao B. Leza e arranje outros espaços”, diz. O primeiro DJ do Jamaica hesita por breves momentos: “Não sei se aqueles sítios fora do Cais…” E depois conclui: “Mas pronto… Tudo é preferível à morte.”