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Reporter. Writer. Radio and multimedia producer  | Currently in Lisbon, Portugal  | Updating...


Photograph: Catarina Fernandes Martins

Depois do ‘Não’, apelos à solidariedade europeia e festejos eurocéticos

ATENAS, Grécia – Em frente ao Parlamento, não há muitas bandeiras do Syriza. No centro da praça, a festa parece estar a cargo da Frente Popular Unida, um movimento eurocéptico e anti-Syriza que fez campanha pelo ‘Não’ e já tinha sido ouvido esta semana pela VISÃO. Um dos membros, Petros Kalojeropoulos, é professor de Grego na Rússia e diz que não podia estar “mais feliz” e que este é apenas “o primeiro passo para alcançar a liberdade e a democracia verdadeira.”

Agora, diz, começa a verdadeira luta, que passa por “pressionar o Syriza a adotar um sistema de democracia direta”. Além disso, um dos objectivos deste grupo passa por tirar a Grécia da UE. Petros Kalojeropoulos não acredita que este Governo esteja “pronto para usar a vitória do ‘Não’ da forma correta porque vão começar as negociações do zero.” Sini, 45, traz uma bandeira do Syriza e também fala em começar do zero. Mas não refere as negociações. “Espero que amanhã a situação política mude. Espero que a nossa economia comece do zero porque agora está abaixo de zero”, diz. E se os bancos estiverem fechados amanhã, perguntamos. “Os bancos não são tudo. Queremos dignidade’ liberdade e uma integração real na Europa.”

Cristofonos Sumilas, 50, é grego e professor de espanhol em Atenas. Este domingo, decidiu sair à Sintagma carregando uma bandeira espanhola republicana. “É um símbolo de luta. Todos os povos do sul devem mostrar solidariedade. Espanha, Portugal e Itália devem dizer não à austeridade e ao neoliberalista”, diz.

Solidariedade europeia

Durante os festejos deste domingo, não foram só os gregos a celebrar a vitória do ‘Não’ e a apelar à união da Europa. A VISÃO falou com alguns jovens europeus que quiseram e expressar solidariedade com o povo grego nas ruas de Atenas. Sophie, 23, pensa que a vitória do ‘Não’, além de fortalecer o Governo grego nas negociações com a Troika, é uma “esperança” para movimentos europeus semelhantes.

Hallvard Indgjerd é um norueguês de 28 anos que trabalha como arqueólogo na Grécia. Na Sintagma, usou uma camisola onde se podia ler “Oxi” (não). Harvard Indgjerd desvaloriza a dicotomia entre o sul e o norte da Europa porque acha que o problema do povo grego é transversal a “todos os povos europeus”. Este arqueólogo pensa que a troika está a tentar “transferir o défice dos bancos para o povo”.

Por isso mesmo, diz: “O que aconteceu aqui hoje é muito importante para a Europa”, diz. Katourina, uma francesa de 62 anos, veio à Grécia numa viagem simultaneamente turística e de apoio ao Governo Syriza. Diz que o resultado de domingo liberta Tsipras e o povo grego das “amarras da UE”, ao mesmo tempo que “o resto da Europa continua preso ao ‘Diktat’ de Merkel e Schauble”.

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